Geração Z e o tabú: "Limites"
Lendo a reportagem de hoje no jornal Metro (página ) 4"Adolescentes boicotam festas sem bebida alcólica" endosso mais uma de minhas percepções sobre esta nova turma de adolescentes: A falta de limites!
Tem sido comum nesta última década discussões sobre como educar o SEU filho. Quando dizer não, como dizer não, o que pode E o que não pode, até lei pra te dizer quanta palmada você pode dar no seu filho tem por ai. A autonomia dos pais em educar seus próprios filhos tem sido tolida a cada dia e as consequencias desta super influência de todos (inclusive eu que neste momento me aproveito desta deixa pra dar meus pitacos!) em como cada um tem que fazer as coisas, no meu pequeno ponto de vista, mais atrapalha do que ajuda.
Independente de quantos anos você tenha ou de qual geração você pertença, se você é um ser humano você tem necessidade de conhecer os seus limites. Nem entro no mérito de "pra que você quer saber isso", se é para desafiar seus limites, ou para respeita-los, mas o fato é que todos ansiamos por conhece-los.
Tudo começa muito cedo, os bebezinhos (falo porque tenho duas!) já se arriscam a chorar um pouco mais, gritar mais alto, bater o pé, fazer aquela famosa pirraça e ficar na expectativa da bronca pra ver "até onde posso ir". O momento desta descoberta é sempre um desconforto. Mas os bebês crescem! Os pais que não souberam impor os limites à seus filhos até então, já passaram a mensagem de que o limite ainda esta bem m a i s l o n g e do que tudo que seus filhotes já experimentaram. A pirraça no chão do mercado, o gritar com a mãe na porta da escola, ou qualquer outra cena (cada vez mais comum) entre pais e filhos onde o menino(a) está sobre o total controle da situação já comunica que tudo aquilo ainda é permitido.
Agora pense num cidadãozinho destes ai acima com seus 15 anos e que ainda não teve a resposta que tanto anseia sobre o tal do limite! O que ele tem que fazer para que seus pais o ponham no seu devido lugar, agora passa ser muito maior do que a pirraça no chão. Agora ele precisa ficar bêbado numa festa e "improvisar com as cadeiras vazias ninhos de amor e sem se importar com quem estava ao lado sem o mínimo pudor realizar cenas que eu jamais pensei presenciar em uma festa de adolescentes" como disse Andrea Omeiri no facebook (e foi citada pela reportagem do Metro de hoje: 2013/10/07)
Vamos a diante, o menino(a) de 15 anos que foi pra UTI móvel da festa porque não conseguiu dizer o próprio nome dado os niveis de álcool no sangue ainda não teve a resposta que buscava e ele então completa 18 anos. Quando o coma alcoólico já não ajuda a descobrir até onde ele pode ir, ele então resolve se juntar com os amigos - que estão nesta mesma busca - para tocar fogo no mendigo (ou no índio) que dorme na rua, ou pra dirigir a 190 km/h e passar por cima de um outro carro, pra tramar com namorado a morte dos próprios pais, ou o sequestro da namorada e manter em cativeiro os amigos com uma arma na mão (sem nem saber o que isso pode fazer).. enfim infelizmente a lista de exemplos cada dia aumenta mais, pra mostrar até onde pode chegar um adolescente que ainda não conheceu seus próprios limites.
Como citei no meu primeiro post da série, esta é a turma que ano que vem estará conosco nos escritórios pleiteando uma vaga de estagiário, daqui a 2 anos vai querer ser gerente na sua empresa, e daqui a 3 vai pedir pra sair independente de qulaquer outra coisa.
Nos definirmos como individuos e membros ativos da sociedade é um exercício que conta com a participação de todos nós, talvez os mais velhos estejam mais acostumados a lidar com pessoas que chegavam à maioridade já maduros e ciêntes de seus limites, hoje em dia contamos com a participação de todos neste processo: Pais e Responsáveis, Escola, Empresas, Amigos, Colegas, etc.. a fim de que possamos continuar a construir uma sociedade sã.
- Geovana Conti
- Diretora de Eventos Youngers
fique à vontade pra comparilhar este artigo, mas sempre cite a fonte!