Empresas e Aprendizes

02/12/2014 17:17

Olá Senhores, voltemos então ao tema: Juventude e o Mercado de Trabalho para compartilhar do fenômeno “Puts grila precisamos de jovens aprendizes” tão vivido hoje em dia nas empresas.

É oficial: “A aprendizagem é estabelecida pela Lei nº.10.097/2000, regulamentada pelo Decreto nº. 5.598/2005. Estabelece que todas as empresas de médio e grande porte estão obrigadas a contratarem adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos. Trata-se de um contrato especial de trabalho por tempo determinado, de no máximo dois anos.” fonte Portal do Trabalho e do Emprego – Ministério do Trabalho e do Emprego – Governo Federal

(Acredite, existem hoje instituições/associações que cuidam dos aprendizes – falaremos desta parte em outro post. Enquanto isso...)

A despeito da intenção de quem idealizou esta lei, e sem discutir o mérito dos benefícios que de fato ações como esta podem trazer a alguns jovens de periferia, hoje quero tomar o partido dos gestores dos departamentos internos destas tais médias e grandes empresas e tentar ao longo do texto mostrar a complexidade de leis como esta no cotidiano da vida real.  

Eu imagino que pelo menos 1 vez por ano são marcadas séries de reuniões entre pessoas em posições estratégicas da empresa para planejar o ano seguinte. Neste plano deve conter todo o investimento financeiro com funcionários e colaboradores, infraestrutura, treinamentos, tecnologias, projetos, inovações dentre outros aspectos pertinentes a cada ramo de negócio. Ao final deste minucioso planejamento – baseado no que deu certo e errado no ano corrente, nos resultados obtidos até então e nas metas para o próximo ano – este é apresentado à diretoria que por sua vez dedica um tempo valioso a aprovar cada minuta deste plano.

Agora imaginem o ano iniciando, com os planos apertados, os cortes se fazendo necessários, o RH entra em contato com este mesmo gestor e comunica:

        

Caro Sr. (ou Sra.)  Gestor(a),

Parabéns! Seu departamento receberá 3 jovens aprendizes. Eles chegarão em 3 semanas, precisam de uma mesa, de computador, precisam ser treinados, 2 ficarão de manhã, 1 de tarde, eles tem 17 anos e não tem experiência profissional, eles custarão R$ XXX,XX por mês a serem pagos pelo seu centro de custo, e qualquer dúvida estamos à disposição

Grato RH. 

Existe alguma chance disto dar certo? Deste programa do governo de fato incluir estes jovens no mercado de trabalho? Destes jovens despertarem para uma vida profissional por conta de uma experiência que começa desta forma? A resposta é SIM!

Por incrível que pareça temos testemunhos de jovens que tiveram suas vidas tremendamente impactadas por conta de terem se tornado aprendizes. Infelizmente não são maioria.

 “Garantir o caráter permanente da aprendizagem como política pública (...), é uma estratégia que se articula ao Plano Nacional para que o jovem participe efetivamente do projeto de uma sociedade mais justa.” Diz o Portal do Trabalho e do Emprego – Ministério do Trabalho e do Emprego – Governo Federal

Sabendo que este programa de aprendizagem tem cadeira cativa nos próximos 4 anos de governo e que todas as médias e grandes empresas terão que se adaptar a ela, é fundamental que os dois lados desta moeda – Aprendizes & Empresas – Sejam preparados para tal.

Além do impacto financeiro deste programa, pense no impacto no ambiente de trabalho, afinal, nem todas as pessoas amam trabalhar com adolescentes (como nós!). Com isso alguns RHs têm sofrido com o descompromisso de seus aprendizes, o alto índice de absenteísmo e a rotatividade dos mesmos.
 

Não sei o que tem sido mais complicado: encontrar jovens prontos para serem aprendizes, ou empresas prontas para serem gestoras de aprendizes! Mas isso não precisa virar regra. Informação, planejamento e treinamento podem ser a solução para ter um programa de aprendizagem no mínimo satisfatório, com menos impactos negativos no planejamento de sua organização.

Manter os gestores a par do programa e os aprendizes cientes da cultura de sua empresa, são boas ideias para mudar o rumo do seu programa de aprendizagem. Se você precisar de mais ajuda, conte com a gente! Nós desenvolveremos atividades e ações especificas e importantes para a sua empresa ter mais sucesso com a chegada destes adolescentes e menos dor de cabeça com toda esta questão do programa de aprendizagem.

  • Geovana Conti
  • Sócia Fundadora Youngers

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